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Mais Beja

02
Jan17

Não são os aeroportos que atraem turistas

Mais Beja

Aeroporto de Beja.jpg

São as cidades. Sim, são as cidades que atraem turistas, com os seus hotéis, restaurantes, museus, praças, ruas e monumentos.

Há o mito, de quando o aeroporto de Beja receber voos da TAP e companhias low cost, Beja irá encher-se de turistas. É utópico. As cidades têm de ser atraentes, inovadores e diferenciadoras.

Évora e Coimbra não têm aeroporto e recebem milhares e milhares de turistas todos os anos, gerando enorme agitação nas ruas, restaurantes, hotéis e monumentos, sendo possível observar a existência de muitos negócios em torno dos turistas, nacionais e estrangeiros, que as visitam. Faro, tem aeroporto, mas quase nenhum turista permanece ou visita a cidade, uma vez que é pouco atraente e possui poucos pontos de interesse.

 

Outro motivo muito proferido em defesa do aeroporto de Beja, em especial pelos políticos locais, é a utilização do aeroporto de Beja como segundo aeroporto de Lisboa, uma vez que o aeroporto Humberto Delgado, está a atingir o seu limite e, como tal, deveriam desviar as companhias low cost para um aeroporto secundário. Utilizando os neurónios, pergunto (e quase que poderia responder logo de imediato): Qual o turista gostaria, por exemplo, vir de Londres para Lisboa/Portugal, em que gasta 2h de avião e depois necessitaria de gastar mais tempo, cerca de 3 horas, num autocarro para percorrer de 180 km, entre Lisboa e Beja? Será razoável e sensato?


Será que um algarvio, lisboeta ou minhoto, que deseje conhecer o Alentejo, virá de avião? Ou irá deslocar, de forma segura e rápida, de carro? Ou um estrangeiro, que esteja 4 dias em Lisboa, não virá de comboio até à nossa cidade, e cá permaneça 1 ou 2 dias, e depois regresse? Portanto, políticos e gentis locais, concentrem-se em ter uma cidade atrativa e dinâmica, com programação e produtos diferenciadores, promovendo aquilo de único que a cidade de Beja e a região tem para mostrar. Para tal, comecem em remodelar e requalificar o centro histórico, apostar em pontos de interesse e construir estradas ao nível de um país Europeu.