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Mais Beja

19
Set18

Enganar os alentejanos com esmolas

Mais Beja

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Segundo informação da empresa pública Infraestruturas de Portugal (IP), vão ser investidos 107,5 milhões de euros em 18 contratos, um por cada distrito, para conservação de estradas. O distrito de Beja irá receber 8,2 milhões de euros e as obras vão decorrer ao longo dos próximos três anos.

Nas redes sociais houve uma certa felicidade e elogios à medida.

Vamos aos factos e realidade...

No distrito de Beja, a Infraestruturas de Portugal é responsável por uma rede de estradas com 1.246 quilómetros, além de 335 estruturas especiais como pontes, viadutos e outras tipologias de travessias. No seu programa de investimento, a IP pretende a “reparação e beneficiação de pavimentos, a reposição e adequação da sinalização, guardas de segurança e outros equipamentos de proteção, a limpeza das bermas e zonas adjacentes à faixa de rodagem, a estabilização de taludes, a conservação e recolocação de vedações, o tratamento dos sistemas de drenagem e reparações em pontes e outras estruturas”. Ou seja, estamos perante um plano vasto e ambicioso.

Supondo, uma que vez não tenho nenhum estudo ou documento que comprove, apenas metade de toda a rede viária (1.246 km) necessita de obras de requalificação e beneficiação, ou seja, 623 quilómetros, incluindo a conclusão da autoestrada A26 até ao aeroporto de Beja. Dividindo o montante global destinado para os próximos 3 anos, irão ser investidos 13.162€ por quilómetro. Numa pesquisa no google por notícias sobre reparação de estradas, é possível constatar que estes valores, noutros municípios é 4, 8 ou 10 vezes maior (custo por quilómetro).

Outro dado, é o custo de construção de uma autoestrada, como é pretensão de todo o Baixo Alentejo e de justiça territorial, uma vez que Beja é a única capital de distrito que não está ligada por uma autoestrada. O custo de um quilómetro de autoestrada é, em média, de 4.000.000€. Ou seja, o montante total (8,2 milhões de euros) para o maior distrito de Portugal, apenas permitiria construir 2 quilómetros da futura autoestrada A26.

 

Para se ter outra ordem de grandeza e da brutal desigualdade regional, o Metropolitano de Lisboa vai comprar um novo sistema de sinalização e sete comboios por 136,5 milhões de euros.

 

Em conclusão, nada vai mudar. Quer nas acessibilidades rodoviárias ou outro qualquer investimento público. Apenas irá manter-se a persistente conversa dos políticos de que irão “investir no interior do país”. É necessário dizer basta de gozarem connosco!

 

Antes que venham falar do Alqueva, algo repetido pelo Governo PS para dizer que o Baixo Alentejo não está esquecido, é fundamental esclarecer: apenas há investimento porque os fundos vêm da União Europeia. Ponto final.