A Torre dos Sinos, faz parte da Igreja de Santa Maria e situa-se por trás da Capela de Nossa Senhora Rosário, que também tem outra torre, que é a Torre do Relógio. Nesta última, é possível ver a cabeça de um touro, símbolo da cidade de Beja, três relógios, um em cada face da torre e mais acima vários sinos. Há pouco tempo, enquanto pesquisava informação sobre estas duas torres (quem observa de fora parece ser apenas uma torre, mas na realidade são duas), quando me deparei com fotos dos sinos da Torre dos Sinos, no Beja y Arrabaldes. As imagens que retratam a torre sineira são de 2012, e apresenta-nos um monumento num estado de quase colapso dada a elevada degradação dos sinos, bem como do material que suporta os sinos e a torre. O melhor, é ver no blogue Beja y Arrabaldes.
FOTO: BEJA Y ARRABALDES
E aqui, voltamos novamente à questão da conservação e requalificação do nosso património, da nossa identidade e passado, que, mais uma vez se encontra ausente. Pior, são os políticos, elogiar o turismo e os turistas, mas nada fazem para reabilitar e conservar o património, ou seja, aquilo que atrai um turista culto, interessado e com elevada capacidade financeira. Qualquer dia, quando tudo tiver sido destruído pelo passar do tempo, não haverá turistas, porque não haverá nada para ver na cidade e no país.
Para quando um plano vasto, completo e sério de reabilitação e conservação do nosso património?
A Villa Romana de Pisões situa-se a cerca de 10 quilómetros de Beja e é um local arqueológico do período romano, entre o Século I a.C. e IV d.C., tendo sido descoberto apenas em 1967.
Foi a casa de sucessivos proprietários que controlavam as terras para a exploração agropecuária em redor da villa. A casa, com mais de 40 divisões, serviu para habitação dos proprietários, membros da elite de Pax Julia (actual cidade de Beja). A cerca de 200 metros fica a barragem de Pisões, tendo como função o abastecimento da habitação, bem com a atividade agrícola, pecuária e as termas. Ao chegar ao local, somos recebidos pela simpática e sábia Sra. Conceição, que cuida e gere as entradas e visitas ao local. Além disso, faz uma fantástica apresentação, tanto do período histórico como do achado arqueológico no pequeno Centro de Acolhimento e Interpretativo. Depois de recebermos a excelente explicação, somos encaminhados para as ruínas. No local, é possível ver lindos mosaicos que decoravam o chão da casa, as termas com o seu sistema de aquecimento das águas para o tempo de ócio dos proprietários e convidados, ainda bem conservadas (não pela acção humana, mas graças à qualidade da construção), a piscina com cerca de 40 metros de comprimento, mós para moagem, lajes e colunas de mármore. O resto, do que seria a casa, desapareceu com o passar de 2000 anos. Atualmente, o local tem estado quase votado ao abandono, mantendo-se aberto apenas graças à fantástica e simpática Sra. Conceição, não sendo feitas prospeções há anos.
A Herdade de Almocreva, onde se situa a Villa, é propriedade da Universidade de Évora, que em vez de a explorar em termos arqueológicos e turísticos, preferiu arrendar os vastos hectares para a plantação de amêndoa e receber enormes quantidades de dinheiro em rendas.
Sem dúvida, um local único e de interesse geral, apesar do estado de quase abandono.
Centro de Acolhimento e Interpretativo:
Residência:
Termas:
Piscina:
Horário: Terça-feira a domingo, das 9h00 às 17h00.
