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Mais Beja

14
Mai20

Movimento Beja Merece Mais. Vamos dar o próximo passo?

Mais Beja

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1ª parte:

Nos últimos anos, e após o grande abanão que deu, muito se tem discutido o movimento Beja Merece Mais. No início, foi a alegria e carinho pelo movimento cívico, por dizer aquilo que todos nós vemos e sentimos, ou seja, as graves carências da cidade e da região que limitam o desenvolvimento social, humano e económico de quem cá vive, quando nenhum partido o faz de forma transparente e completa.

Após a implementação das suas ideias, reuniões e manifestações para chamar à atenção dos graves défices da região, recorrendo a protestos locais e nacionais, bem como o apadrinhar de figuras públicas nacionais, obtiveram enorme visibilidade nos principais meios de comunicação social em Portugal. Com esta receita, o movimento ganhou crédito, força e impacto nacional, tendo obrigado os governantes a ouvirem e sentarem-se à mesa com alguns elementos deste grupo de cidadãos bejenses, livres e apartidários.

Mas depois, vieram os velhos do Restelo, figura típica da sociedade portuguesa, muito bem descrita, por Luiz Vaz de Camões. Uns denegriram o movimento porque só assim sabem viver. Outros, viram força, e quiserem derrubá-lo. Outros, quiserem fragiliza-lo para poder conquistá-lo. Alguns (e para mim os mais absurdos), criticaram negativamente o movimento por criar controvérsia. Se o movimento não provocar controvérsia não será movimento. Para ter impacto, tem de ser incómodo.

A verdade, é que foi um sucesso em termos mediáticos! E poderia ter tido mais visibilidade e, consequentemente, mais impacto se tivessem criado uma estrutura mais moderna, técnica e digital, como a criação de um site, página oficial em redes sociais, angariação de fundos para criar mais medidas (exemplo: colocar um cartaz publicitário gigante em frente à Assembleia da República com as principais reivindicações da região). Acredito, que com uma estrutura mais profissional e formal, tivessem tido um impacto estrondoso em Portugal.

 

2ª parte:

Concretizada a primeira parte, falta dar o próximo passo: ir a eleições! "O sistema só se quebra por dentro", li em qualquer lado e fiquei com esta frase gravada. Só quando o movimento Beja Merece Mais se tornar partido, ir a eleições e ganhar representação, poderá criar um impacto avassalador e disruptivo.

O último Orçamento de Estado de 2020, nada vai dar ao Baixo Alentejo e, no entanto, os 2 deputados do Partido Socialista (do total de 3) votaram favoravelmente num documento, fundamental e imprescindível na governação do país, que nada dá, altera ou cria na região. O outro deputado do distrito, pelo Partido Comunista Português, absteve-se.

Um excelente exemplo, mesmo aqui ao lado, é o caso de Espanha. Nas últimas eleições houve vários pequenos e micro partidos, com interesses na defesa, desenvolvimento social e económico local, que ganharam assento na Assembleia espanhola (Congresso de los Diputados). O PSOE, de Pedro Sánchez, para formar governo, teve de chamar esses partidos, e dar algo em troca para obter o seu apoio (como é habitual). Há pequenos partidos regionais, como o Partido Nacionalista Basco (PNV), que elegeu 7 deputados ou a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que elegeu 13 deputados. Mas também há micro partidos, como o Más País (esquerda), elegeu 3 deputados, o Bloco Galego (BNC) elegeu 1 deputado, o PRC (regionalistas da Cantábria), elegeu 1 deputado e o Coligação Canarias, elegeu 2 deputados.

O grande sucesso das últimas eleições em Espanha, foi plataforma Teruel Existe, que elegeu 1 deputado. Este movimento luta contra a desertificação de uma província espanhola com cerca de 133 mil habitantes, quase o mesmo número de habitatnes do Baixo Alentejo.

 

A estrutura organizacional, funcional e financeira para criar e manter um partido não é fácil, mas acredito que chamando a sociedade civil, tal como fizeram no início, permitiria dar um passo realmente impactante. E não é nenhuma loucura ou impossibilidade. Temos excelentes experiências, em vários países europeus, com mais amadurecimento e cultura democrática que nós.

Fica a ideia e o apoio.