Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Mais Beja

Mais Beja

Análise aos resultados das eleições Legislativas 2025 no distrito de Beja

Resultados eleições Legislativas 2025 - Distrito

FONTE: MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA. RESULTADOS NO DISTRITO DE BEJA.

 

Esta análise, irá focar-se nos resultados no distrito de Beja, não querendo realizar uma análise nacional, porque para isso, estão os inúmeros canais de televisão, com dezenas de comentadores que irão escrutinar tudo ao pormenor e de forma ininterrupta nos próximos dias.

 

RESULTADOS ELEITORAIS
O PCP, transvestido de CDU, obteve menos 1.570 votos,  passando de 15% para 13% dos votos, face a 2024. Em comparação a 2022, o PCP perdeu 2.442 votos, onde foi a 2ª força mais votada com 18% dos votos e conseguiu eleger um deputado, ao contrário de 2024 e 2025. O PCP, partido imutável em tudo, continua o seu processo de extinção, com total incapacidade de reconhecer esse trágico caminho.

O PS obteve menos 4.872 votos, passando de aproximadamente 32% para 26%, face a 2024. Em comparação a 2022, a queda ainda se torna maior, onde o PS obteve 43% dos votos, tendo elegido nesse ano 2 deputados.

O Chega, funcionou como voto de protesto, para onde fugiram os descontentes da esquerda local, tendo obtido mais 3.852 votos, tornando-se o partido mais votado.

A AD, recebeu parte do descontentamento, tendo obtido mais 2.517 votos, reforçando claramente o PSD como um partido forte em termos locais, comprovando mais capacidade de Gonçalo Valente face a todos os que antecederam no PSD local. É de notar, que muitos do "antigo" PSD, ontem, votaram Chega!

Em resumo, o PS ganhou em cinco concelhos: Aljustrel, Castro Verde, Cuba, Mértola e Serpa. O Chega ganhou em oito: Almodôvar, Alvito, Barrancos, Beja, Ferreira do Alentejo, Moura, Odemira e Vidigueira. A AD ganhou em um: Ourique. Em 2024, o PS tinha ganho em todos os concelhos do Baixo Alentejo. E por aqui começa-se a desenhar de onde vieram os votos do Chega...

 

ORIGEM DA QUEDA DA ESQUERDA E SUBIDA DA AD E EXTREMA-RADICAL
A culpa é do PS de António Costa, que governou o país durante cerca de 9 anos (de 26 de novembro de 2015 a 2 de abril de 2024), e não resolveu os problemas do país e do Baixo Alentejo: não implementou a requalificação e expansão do hospital de Beja, não construiu a autoestrada A26 até Beja, não requalificou o IP8 até Beja, não colocou médicos de família nos centro de saúde, não requalificou a linha de comboio Beja-Lisboa, não criou os incentivos para o desenvolvimento económico e industrial do aeroporto de Beja, não gerou aumento dos salários e qualidade de vida e não resolveu a falta de habitação para a classe média.
A estrondosa derrota do PS e o grande aumento de votos do Chega foram de protesto face à incapacidade do PS resolver os problemas dos cidadãos do distrito de Beja. E era fácil de ver o que iria acontecer, bastando para tal olhar o que tem acontecido em Espanha e França. Só quem não lê jornais, poderia pensar o oposto do óbvio que estava a acontecer.


Outro dado inegável, é o Chega ter ganho no sul do país, nomeadamente nos distritos de Faro, Beja, Portalegre e Setúbal, sendo estes os distritos mais negligenciados pelo Estado em termos de obras e investimento público. Em Lisboa e norte do país, o Chega não ganhou porque o desenvolvimento social, humano e económico é superior face ao sul do país, que foi esquecido nos últimos 15 anos.

Outra estrondosa falha, facilmente percetível para qualquer português com alguns neurónios, foi a campanha falsa e desonesta que os 2 candidatos do PS, Pedro do Carmo e Nelson Brito fizeram, ao culpar a AD, que tinha sido eleita há 11 meses, pelas carências da região, quando eles, tiveram no Governo quase 9 anos e nada fizeram. Se não, pergunto: que obras inaugurou o PS em 9 anos no distrito de Beja? Zero.

Em termos nacionais, o PS criou a falsa narrativa de que o perigo era a aliança AD+Chega, quando Luís Montenegro implementou um cerco sanitário ao Chega, dizendo inúmeras vezes NÃO ao Chega. Toda a esquerda, a nível nacional, quis colar o PSD ao Chega, quando todos sabiam que isto era de uma desonestidade gritante, com a extrema-esquerda dizendo que o PSD queria destruir o estado social, privatizar a segurança social ou o SNS, quando era tudo falso.


Além disso, o PS de António Costa criou outro problema, que foi a imigração descontrolada que acontece em Portugal, sendo o nosso país utilizado como porta de entrada para a Europa, bem como uma grande facilidade em obter o passaporte português. Isto, gerou uma desconfiança tremenda da sociedade portuguesa e grandes problemas em várias localidades no distrito de Beja, umas falsas outras verdadeiras, em que o Chega soube pegar e “cavalgar” como partido que iria resolver o problema. Basta analisar os dados, e ver que as freguesias no distrito de Beja onde o Chega venceu, são as freguesias que têm uma elevada população de imigrantes.

O PSD aumentou os votos. É verdade que também não resolveu os problemas e carências do distrito de Beja, mas só lá esteve 11 meses. Daí, o resultado de ontem ter sido pesadíssimo para toda a esquerda, uma vez que ninguém esquece os tempos da geringonça, com BE e PCP, que nada fez ou resolveu no país. O PSD, pelo contrário, trouxe paz aos funcionários públicos com aumentos salariais e deu início a algumas obras públicas que tinham sido prometidas por anteriores governos. No distrito de Beja, temos o exemplo da nova residência para estudantes do IPB, a inauguração da ressonância magnética no Hospital de Beja (a obra começou com o PS no Governo) e início da requalificação do IP8 até Beja. E esse facto, gerou mais votos para a coligação da AD.

 

A classe política em Portugal é fraca. Não tem inteligência ou conhecimento intelectual, e não percebeu, ainda, que os votos no Chega são maioritariamente de protesto, porque os governos e deputados eleitos não resolveram os problemas dos cidadãos.
Outro dado que comprova o voto de protesto, é o facto de as pessoas terem saído de casa para votar: a taxa de abstenção nas eleições legislativas foi de 35,62%. E quem vota no Chega, não diz publicamente ou entre amigos o seu voto num partido de extrema-direita ou extrema-radical, porque esses votos vêm de pessoas que antes votavam na esquerda.

 

O FUTURO
O PS e toda a esquerda terão de pedir desculpas aos bejenses, reconhecer os erros e reformular-se para ser levado a sério. Não ter pressa de ir novamente para eleições, deixando a AD governar e cumprir a legislatura.
A AD, se conseguir governar nos próximos 4 anos, terá de resolver as carências e responder às expectativas dos portugueses e baixo alentejanos, correndo o risco de no futuro ter o mesmo número de votos que ontem o PS obteve.
O Chega, se pretender ser levado a sério, tem de deixar a AD governar o país, uma vez que obteve uma maioria maior, como disse Luís Montenegro. Pelo contrário, todos irão  ver que o Chega apenas quer destruir tudo, levando o país para eleições todos os anos.

5 Comentários

Comentar post