Faltam espaços verdes públicos em Beja

FOTO: MAIS BEJA. PARQUE DA CIDADE

Os espaços verdes públicos são uma parte fundamental das cidades, desempenhando um papel imprescindível na vivência de qualquer meio urbano. Os espaços verdes urbanos reduzem os riscos para a saúde associados à vivência urbana, através da melhoria da qualidade do ar e da água, amenização da poluição sonora e mitigação dos impactos decorrentes de eventos extremos, como acontece em Beja. Além disso, fomentam e promovem a saúde e o bem-estar, possibilitando uma diminuição do stress e relaxamento, proporcionando oportunidades de realização de atividade física, e induzindo a melhoria das interações sociais e a coesão da comunidade. Os benefícios para a saúde incluem um aumento dos níveis de saúde mental, aptidão física e capacidade cognitiva e imunitária, assim como um decréscimo das taxas de mortalidade em geral.

Beja, pelo contrário, é atualmente uma cidade de estradas, estacionamento e habitação pintada de branco. Não existem espaços verdes espalhados pela cidade.
Os espaços verdes urbanos trazem vantagens, tanto para os seus habitantes como para a própria cidade, melhorando a qualidade de vida dos seus habitantes, através do convívio gerado entre os seus residentes, sejam crianças, adultos ou idosos. Em vários pontos da cidade, as crianças, se quiserem jogar futebol, têm de o fazer na estrada, que imediatamente param de brincar, quando aparece um carro. E isto não é viver numa cidade europeia!

A quase totalidade das árvores existentes na cidade de Beja, estão plantadas em lugares de estacionamento para automóveis ou ruas. Neste último caso, as árvores provocam danos no piso através do crescimento das raízes de deformam o alcatrão e passeios, uma vez que não há qualquer manutenção do espaço público.
Num momento em que se fala tanto em combate às alterações climáticas, Beja iria beneficiar bastante da criação de 2 ou 3 parques urbanos, circuitos para caminhar ou praticar desporto, máquinas para realizar actividade física, bancos que promovam o convívio entre pessoas e zonas para as crianças brincarem.

FONTE: GOOGLE MAPS (EDITADO)

Os parques urbanos/espaços verdes assinalados (a amarelo) no mapa são:
- Parque da Cidade
- Mata
- Parque Urbano do Bairro Social Beja II
- Mata do Bairro dos Alemães
- Jardim Público de Beja
- Jardim do Mira Serra

Pode pensar-se que é suficiente, mas se alguém, para ir a um parque urbano tem de pegar no carro, deixa de ser atrativo, nem ambientalmente benéfico. Como é visível no mapa, mais de 50% dos parques urbanos de dimensões consideráveis, encontram-se na mesma zona, deixando a zona norte, sul e este da cidade de Beja, sem parques urbanos. Assim, é imprescindível garantir que os espaços verdes públicos sejam facilmente acessíveis a todos os grupos populacionais e distribuídos de forma equitativa dentro da cidade. De acordo com regras internacionais, os cidadãos devem ter acesso a espaços verdes públicos a uma distância de 300 metros (cerca de 5 minutos a pé) de suas casas, algo que facilmente se comprova que não acontece.
Outro problema sistemático, é a ausência de manutenção regular dos espaços verdes existentes, dando aos utilizadores um local sem segurança, limpeza e cuidado.

A culpa é do atual, mas também dos últimos executivos da Câmara Municipal, que através de uma visão míope, não olharam para algo imprescindível para os moradores da cidade, preferindo gastar milhões de euros ao longo dos mandatos, em actividades pouco duradouras (festas, festins, foguetes, festivais e feiras que duram 2 ou 3 dias, etc) e de ganhos ainda hoje por fundamentar, esquecendo projetos que têm um prazo de validade longo e benefícios a nível de saúde, económico e social, ao longo de várias décadas.

As pessoas, que hoje vivem em Beja, não sentem orgulho em viver aqui. E, tudo se deve a más decisões tomadas. Prova disso é a perda de população nos últimos 10 anos.

O poder local tem pouco pensamento estratégico e dedica-se à mera gestão do dia-a-dia, apagando pequenos “fogos” que vão surgindo e fazer o que já se fez. Não se pensa ou planeia a média/longo prazo, projetando a cidade para o futuro. E, não o fazendo, quem perde são as cidades e os seus moradores. Para o futuro, aquando do desenvolvimento de novos bairros residenciais, infraestruturas comunitárias, parques empresariais ou projetos de infraestruturas de transportes, é fundamental pensar e planear espaços verdes públicos.

FONTE: GOOGLE IMAGENS. EXEMPLOS DE PARQUES URBANOS EM PORTUGAL