Pior que um populista, só um populista lançar ele próprio medidas populistas antes das eleições e acusar o seu opositor de ser populista, quando nada disse. E em Portugal tudo pode piorar, quando o primeiro é líder do partido há 3 anos, e só agora, quando vai cair do cavalo, se torna populista, o modo mais simples de ganhar votos.
É devido a este perfil de políticos, sem conteúdo ou matéria, fabricados no interior do partido, sem história, sem currículo, que o País chegou ao estado atual. O atual líder do PS só tem imagem, mas para construir essa imagem tem que andar com 3 especialistas em marketing e comunicação atrás para lhe dizer onde meter o pé, tirar selfies e que sorriso deve colocar.
José Seguro quer governar. Ponto final. Prova disso é a sua fixação ao afirmar todas as semanas que em 2015 vai governar. Não tem homens e mulheres para o seu governo. Não tem programa, além de 80 medidas que nada dizem e cabem em todos os partidos, da esquerda à direita, de tão abstratas que são.
Nas primárias que se realizam em setembro há um grande perigo: militantes dos partidos da oposição, que vão desde BE ao CDS, irem votar no Seguro. Todos sabem que o António Costa tem um currículo impressionante para o cargo de Primeiro-Ministro. Não é por acaso, que todos os partidos, à exceção do PSD, pedem eleições antecipadas. Para apanhar o mais poderoso possível adversário em contrapé. A política tem muito de tática e estratégia. As pessoas e as ideologias são secunárias.
Até setembro vai ser um sofrimento. Não pelo calor ou pelas novas medidas de austeridade que virão – a isso o povo já está habituado – será ouvir este senhor a debitar disparates como quem bebe água, num dia de 42º C, às 15 da tarde, em Beja.
• Deputado na Assembleia Municipal de Lisboa • Deputado à Assembleia da República • Vereador da Câmara Municipal de Loures • Membro do Secretariado Nacional do PS • Membro do governo responsável pela Expo'98 • Deputado e vice-presidente no Parlamento Europeu • Ministro de Estado e da Administração Interna do XVII Governo Constitucional • Ministro da Justiça do XIV Governo Constitucional • Ministro dos Assuntos Parlamentares do XIII Governo Constitucional • Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares do XIII Governo Constitucional • Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (2 mandatos) Encontre outro político, com idade e energia, com igual currículo em Portugal.
Agora diga-me o currículo do António José Seguro, e comparemos.
Relativamente ao assunto dos cantoneiros de Lisboa: há um problema e resolveu-o. É esse o papel dos governantes: resolver os problemas e melhorar a qualidade de vida do povo.
Foi nomeado para a maioria dos cargos mencionados, eleitos para alguns. Não estou a dizer que o Seguro é melhor, para mim são farinha do mesmo saco, e vou-lhe dizer porque, como dizia o Medina Carreira, que experiência têm da vida? Sabem lá o que é gerir uma empresa? chegar ao fim do mês e ter que inventar dinheiro, para não falhar salários, seguranças sociais, iva's, pagamentos por conta, irs....
Não estamos a falar propriamente de um Pires de Lima, de um Paulo Macedo.
Em relação aos cantoneiros acha que foi uma boa solução? é por isso que as autarquias estão como estão. Com o país a atravessar uma grave crise económica\financeira e vá de contratar mais pessoal. Isto é melhorar a qualidade de vida do povo? Esses funcionários vão receber vencimento, pago pela administração central, que têm de ir buscar o dinheiro a algum lado, pasme-se aos nossos impostos...ou seja, para contentar 150, sacrifica ainda mais todos os contribuintes líquidos. Se fosse o António Costa a pagar os vencimentos, epá até podia contratar 15.000, mas não, vamos ser todos nós a pagar, nem sequer apenas os Lisboetas, mas sim todos os Portugueses. Se tiver hipótese, leia o artigo no expresso do antigo director do diário económico sobre António Costa, e a sua famigerada "terceira via", disseca bem o flop que é António Costa.
Ah, e não esquecer que António Costa foi nº 2 do Grande Líder, saudoso Timoneiro José Pinto de Sousa, a.k.a Sócrates.
Por isso lhe digo que concordo em absoluto que a maior diferença é o tom de pele, além de alguma maior truculência e sentido de humor.
Ao contrário de outros países, como os Estados Unidos, os futuros governantes, estudam nas melhores universidades do País, trabalham nas melhores empresas, tornam-se ricos, e depois sim, vão para a política. Em Portugal isso não existe. Começam nas juventudes dos partidos e estão na política até à reforma. Ou seja, a política é um trabalho e faz-se carreira. Não é a prestação de um serviço público, no local se entra e se sai. É o que temos e não vale a pena dizer que é ao contrário. Não é por contratar cantoneiros, que recebem o salário mínimo que o País está assim. Não são os pobres que levam países à falência. Em nenhuma parte do Mundo isso aconteceu. Cantoneiros, polícias, enfermeiros, etc, prestam um serviço público, essencial a qualquer sociedade desenvolvida. Não é uma despesa. Os cantoneiros limpam as cidades, mantendo as ruas salubres e evitam doenças; os polícias garantem a segurança de pessoas e bens; os enfermeiros prestam cuidados de saúde a toda a população. É para isto que pagamos impostos. Não para ajudarem em 6.000.000.000€ o BPN, que foi o banco dos corruptos e das negociatas. Ou o Estado dar benefícios fiscais de 200.000.000€ à EDP, que tem lucros de 1.000.000.000€ por ano e vende ao povo português a 3ª eletricidade mais cara da Europa, quando ao mesmo tempo o Estado fecha museus porque não têm 1.000.000€ por ano. Relativamente ao Sócrates e seu passado, garanto-lhe, há piores. Há um Primeiro-ministo que fez descer todos os indicadores de desenvolvimento de um país aka Pedro Passos Coelho.
Pena pouca gente ler, ou sequer tentar perceber estas coisas. Preferem viver nas verdades que acreditam.
Opinião
José Gomes Ferreira
O José Sócrates da Banca e a estranha aliança que o tem apoiado
O “Não!” de Maria Luís Albuquerque, Pedro Passos Coelho e Carlos Costa ao pedido feito pelo banqueiro que foi “Dono Disto Tudo” para obter um financiamento através da CGD e do BCP é bem maior que um simples não. É mais um sinal de que o País está a mudar. Mas há muita gente que ainda não percebeu. Têm medo do futuro. Para evitar as mudanças, estão conjugados numa estranha aliança – uma aliança transversal, que vai de figuras da democracia-cristã até ao Bloco de Esquerda. E que, sem o saber, é a melhor aliada dos banqueiros que atiraram o país para a pré-falência.
O Portugal de hoje tem figuras da democracia-cristã que estão contra os cortes nas pensões, quaisquer cortes, mesmo sabendo que no caso do regime público de pensões, as receitas não chegam a cobrir 50 por cento das responsabilidades. São os mesmos que apareceram a defender a todo o custo a manutenção dos colégios do Ministério da Defesa, mesmo sabendo que os contribuintes estavam a pagar um preço varias vezes mais elevado por aluno do que a média de custo no ensino oficial.
O Portugal de hoje tem figuras da social-democracia, que já foram ministros das Finanças e candidatos a primeiro-ministro, que defendem publicamente uma reestruturação da dívida pública. Lançaram o respetivo manifesto a poucas semanas da saída de Portugal do Programa de Assistência Financeira, sem cuidar de medir as consequências. Nas suas intervenções públicas, muito frequentes, nunca referem o que está a acontecer à Argentina. Não lhes dá jeito. Defendem que os cortes de pensões e salários não resolvem o problema das contas do Estado; que em vez de austeridade se deve apostar no crescimento, como se fossem políticas antagónicas; e que a redução do défice devia ser feita a um ritmo muito mais suave. De notar que a maioria destes especialistas tem um rendimento direta ou indiretamente garantido pelo Estado e não tem a preocupação de pagar salários a muita gente ao fim do mês.
O Portugal de hoje (ainda) tem um Partido Socialista com um líder que disse que é preciso pôr um limite na despesa corrente primária do Estado, que antes de falar de direitos deve falar-se de deveres e que é preciso promover a sustentabilidade da Segurança Social, da Saúde e da Educação, para o Estado poder continuar a manter estes apoios sociais. O mesmo Partido Socialista do Portugal de hoje tem notáveis que acham que este discurso é um perigo, que a austeridade falhou em toda a linha, que os cortes de salários e pensões devem ser imediatamente devolvidos, que deve ser decretado já o crescimento económico e o emprego e que o Governo só não o decreta porque não quer e só faz austeridade por crueldade. Este PS do Portugal de hoje quer calar o PS do atual líder, e por isso quer pô-lo fora. O candidato a novo líder do PS é referido como já tendo garantido o apoio da Banca, banco verde incluído. O atual líder socialista é dado como demasiado independente e distante dos grupos de interesses polarizados em torno da banca tradicional. Por isso, não (lhes) interessa.
O que o Bloco de Esquerda, o PCP, parte do PS, parte do PSD e parte do CDS-PP e dos sindicatos querem é que o Estado continue a fazer défice e a somar dívida. Que continue a pedir dinheiro, não importa a quem
O Portugal de hoje tem um Partido Comunista que quer aumentar os salários e as pensões. Com esta conversa até aumentou a votação. E se ganhasse até aumentava mesmo os salários e as pensões. Com dinheiro do Estado pedido a crédito. Ao estrangeiro. Através dos mesmos bancos de sempre.