Legislativas 2020: Análise aos principais candidatos pelo círculo de Beja
Nas eleições legislativas 2022, agendadas para 30 de janeiro, Beja apresentará 16 candidatos. Esta publicação pretende divulgar uma análise dos principais candidatos. Como é previsível, não irei analisar os 16 candidatos, uma vez que não conheço, não ouvi, nem surgiram na comunicação social ou em grandes propagandas. Além disso, a percentagem de votantes será diminuta para muitos partidos.
CDU (João Dias) - Sem dúvida, o candidato mais competente, conhecedor e assertivo. Consegue transmitir genuinamente o forte empenho que tem para com a região. Ouve e fala com os alentejanos e vai aos locais onde estão os problemas. Não fica ancorado a Lisboa e à sede do partido, tendo como objetivo uma carreia individual dentro da máquina partidária, de forma a manter-se de forma perpétua nesta vida. Ou seja, age de forma contrária ao seu principal concorrente…
Conhece bem cada assunto importante e que inquieta os residentes do distrito: ferrovia, agricultura, saúde, acessibilidades, educação e aeroporto de Beja.
No debate de 13 de janeiro, derrubou facilmente o principal rival, Pedro do Carmo, provando que o PS nunca fez nada à região, seja na saúde, ferrovia ou estradas.
PS (Pedro do Carmo e Telma Guerreiro) - O que deu, de específico, o Partido Socialista ao Baixo Alentejo? A única obra executada, e mesmo assim, não foi completa, são os 12 km da A26, entre a A2 e a Malhada Velha (Ferreira do Alentejo). Sinceramente, fico espantado com a alegria de Pedro do Carmo sobre a sua “obra” no Baixo Alentejo. No seu facebook, passou a citar de forma sistemática obras camarárias, com impacto diminuto, que nada alterou a vida social e económica da região ou obras executadas por privados.
Pedro do Carmo aborda de forma sistemática os milhões de euros investidos no Alqueva e sistema de regadio, mas se fosse justo, diria que a construção e expansão do sistema se deve exclusivamente à Europa, através dos fundos europeus. Se não houvesse os fundos europeus, nem a barragem de Alqueva existiria, quanto mais o sistema de regadio, que leva água ao longo de dezenas de quilómetros.
Durante a campanha, abordou projetos e obras, como se estas tivessem sido concluídas, quando não foram. No fundo, ele e o seu partido não têm nada para apresentar. Numa entrevista do O ATUAL, diz, e passo a citar, “o meu compromisso é com os baixo alentejanos, o meu compromisso é com as propostas que apresentamos e isso não falharei”. Ora bem… falhou, e falhou redondamente. Todos os projetos prometidos não se cumpriram. Foi um embuste monumental.
Quando se viu apertado, durante o debate, apresentou medidas de âmbito nacional executavas pelo PS. Nada regional, só nacional, como as creches gratuitas, combate à pandemia, etc, esqucendo-se que o debate é de propostas e execuções regionais.
Pedro do Carmo é deputado pelo Baixo Alentejo desde 2015, ou seja, tempo mais do que suficiente para ter contribuído para a concretização de alguns dos principais projetos. Pior fica na “fotografia” quando muitos dos projetos pedidos pela população são financiados por fundos europeus a 85%. No caso da expansão do Hospital de Beja, com um custo estimado de 30 milhões de euros, a comparticipação do Estado português seria de uns míseros 4.5 milhões de euros, sendo o restante valor, 25.5 milhões de euros pagos por fundos europeus. O Estado português arrecadou em impostos 70.4 mil milhões de euros, em 2020. Os 4,5 milhões de euros, acima referidos, representariam 0,006% da receita do Estado, em 1 ano.
Em termos de política nacional, que medidas eficazes foram concretizadas para a fixação de médicos no interior do país, que afecta a nossa região? Nada. Zero. Ou seja, a governação socialista em gera foi um monumental falhanço para as regiões do interior do país.
Em relação a Telma Guerreiro, a 2ª eleita pelo Partido Socialista nas últimas eleições legislativas de 2019, ao tentar pesquisar notícias sobre temas fundamentais da nossa região, nada encontrei. Não vi trabalho desenvolvida pela segunda deputada do PS. Só agora, após passar para 3º lugar na lista do PS para as legislativas de 2022, encontrei uma crónica a protestar por ter sido rebaixada para 3º na lista.
António Costa é o melhor malabarista da política portuguesa e esta campanha, que ainda decorre mostra isso mesmo, em que diz uma coisa e o seu contrário, consoantes as sondagens diárias da campanha.
PSD (Henrique Ferreira) - Não tem a experiência dos outros 2 candidatos, sendo esse um factor negativo numa corrida já por si difícil, dado o histórico de eleitos do PSD pelo círculo de Beja.
No debate de dia 13 de janeiro, abordou por várias vezes os jovens e os seus problemas, apresentando algumas medidas genéricas. No tema dos jovens, foi mais assertivo que os outros candidatos. E só por aí foi diferente dos outros 2 candidatos. Nada mais houve a destacar-se no que apresentou de diferente. Esteve abaixo das expectativas para um partido como o PSD.
Rui Rio falhou, uma vez que deveria ter apresentado um candidato mais preparado a estes combates políticos. Ou então, se queria um candidato independente, deveria ter escolhido alguém mais competente nas ideias e capacidade oratória.
CHEGA (“André Ventura”/Ana Moisão) – Relativamente ao partido de extrema-direita, irei realizar um breve comentário, não pela campanha de Ana Moisão, que não acompanhei, mas pela possibilidade de ser o 3º partido mais votado no distrito de Beja e isso deveria incomodar a todos: partidários, apartidários, portugueses, europeus, etc. André Ventura criou um mito, e durante a campanha lançou inúmeras propostas que até hoje não explicou como irá executar, umas pelos elevados custos, outras por irem contra da Constituição da República Portuguesa. E sem dinheiro, nada se faz. E indo contra a Constituição ou contra regras e princípios europeus, também não. Portanto, é um vazio.