O “milagre” do Instituto Politécnico de Beja
Segundo declarações prestadas pela atual presidente do Instituto Politécnico de Beja (IPB), Maria de Fátima Nunes de Carvalho, a futura residência para estudantes, financiada por Fundo Europeus (a única instituição pública que investe no distrito de Beja), com capacidade para 503 camas, estará concluída no ano lectivo 2024/2025, ou seja, daqui a 12 meses. Em Beja, ser construída uma residência de estudantes, de grandes dimensões, num curto espaço de tempo, é um verdadeiro milagre. Construir uma habitação familiar, demora mais do que isso. Mais surpreendente, é observar no local onde irá ser erguida a nova residência (ao lado da Escola Superior de Tecnologia e Gestão), que até hoje, nada se deu início. Não há nenhuma vedação de obra, máquina ou buraco para fundições, e o IPB, refere que em 12 meses irá conseguir. Mesmo que seja no fim do ano lectivo 2024/2025, ou seja, em junho/julho de 2025, é impossível.
Para quem não acredita, pode ouvir da voz da presidente do IPB, em declarações à Rádio Voz da Planície. Eu tive de ouvir, porque se me contassem, não acreditava.
Para ficar ainda mais chocado, a atual presidente, refere na mesma notícia, que está “muito satisfeita” com o número de colocados na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior. Em 2023, apenas 63% das vagas foram preenchidas, ou seja, entraram de 324 alunos, num total de 512 vagas (dados oficiais). Há 1 ano, foram colocados 318, apenas mais 6 alunos este ano. Mas o pior, é mesmo o que acontece na Escola Superior Agrária, em que apenas foram colocados 3 alunos, num total de 123 vagas em 4 cursos. Os 3 alunos, ficaram todos no curso de Agronomia, sendo que nos restantes 3 cursos (Ciência e Tecnologia dos Alimentos, Engenharia do Ambiente e Tecnologias Bioanalíticas), nenhum candidato demonstrou intresse. Isto pede uma reflexão urgente e necessária, não só para a instituição, mas para a forma como os nossos impostos são usados e que futuro terá o IPB, enquanto instituição de ensino, sem alunos. Uma escola só existe e faz sentido, se houver alunos. Ponto final.
É certo que algumas vagas são, posteriormente, preenchidas por alunos de cursos profissionais, estudantes internacionais e “Maiores de 23 anos”. Mas o IPB tem um nome, e deve ter prestígio a nível nacional. Não pode querer ser o último da lista.